Servidores do Inep e FNDE Ameaçam Greve, Impactando Educação em Todo o País

Nesta sexta-feira (9), servidores dos dois principais órgãos ligados ao Ministério da Educação (MEC) — o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) — realizam uma assembleia decisiva para a possível deflagração de uma greve. A paralisação, que pode começar imediatamente, busca pressionar o governo por melhores salários e a reposição de pessoal, em meio a reclamações de precarização das condições de trabalho.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A mobilização dos servidores pode ter consequências diretas e graves para o sistema educacional brasileiro. O FNDE é responsável por repasses essenciais, como os destinados à merenda escolar, e o Inep é o órgão responsável pela aplicação de exames cruciais como o Enem e o monitoramento do Concurso Nacional Unificado (CNU), marcado para o próximo dia 18 de agosto.

As reivindicações incluem a equiparação salarial com outras carreiras públicas e a reestruturação da carreira, que segundo os servidores, está cada vez menos atrativa. A evasão de funcionários para outros concursos públicos mais vantajosos é um problema crescente.

De acordo com o Sindicato dos Servidores do DF do FNDE, a falta de pessoal tem prejudicado o desempenho das funções, tornando os órgãos mais vulneráveis a erros e até mesmo à corrupção, como evidenciado em relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU).

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) ofereceu um reajuste de 9% para 2025 e 3,5% para 2026, proposta considerada insuficiente pelos servidores. A categoria permanece em estado de alerta, aguardando o resultado da assembleia e a próxima reunião de negociação com o governo, marcada para o dia 13 de agosto. Caso a greve seja confirmada, ela poderá impactar, entre outros pontos, a data do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), prevista para novembro.

A situação expõe a fragilidade da estrutura educacional brasileira e gera apreensão sobre o futuro de milhares de estudantes que dependem dos serviços desses órgãos.