Rota do Tráfico: Militante do PP com cargo no governo do Acre é preso pela PF em megaoperação

Exonerado após operação da Polícia Federal, Hélio Nascimento Júnior é acusado de integrar esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro; ele acumulou mais de R$ 300 mil em salários públicos

Foto: Reprodução internet

O militante do Progressistas no Acre, Hélio Nascimento Júnior, foi exonerado do cargo em comissão que ocupava na Secretaria de Estado de Saúde após ser preso na última quarta-feira (9) durante a Operação Renitência, deflagrada pela Polícia Federal. A ação desarticulou um grupo criminoso acusado de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, com atuação a partir da tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia.

A exoneração foi oficializada pela vice-governadora Mailza Assis, em publicação no Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira (10). Hélio ocupava, desde janeiro de 2023, um cargo comissionado de referência CAS-8, com remuneração mensal de R$ 11.069,10. No período em que esteve nomeado, ele recebeu mais de R$ 300 mil em salários.

Hélio Júnior, que já foi presidente do PP Jovem no Acre, figurava atualmente apenas como militante da sigla. A prisão dele causou espanto entre os dirigentes do partido. O vice-presidente estadual do Progressistas, Lívio Veras, declarou que a notícia pegou a todos de surpresa e que o partido ainda busca entender os detalhes da investigação.

“O Hélio é um filiado do partido, mas não presidente da juventude. Temos ele como uma pessoa acima de qualquer suspeita. Tomamos conhecimento da prisão e vamos aguardar os desdobramentos. Para nós, ele é inocente até que se prove o contrário”, afirmou Veras, reforçando a importância do direito de defesa no processo judicial.

Além de Hélio Nascimento Júnior, outras sete pessoas foram presas durante a operação, que também cumpriu mandados de busca e apreensão em 11 endereços nas cidades de Rio Branco, Brasiléia e Epitaciolândia (AC), além de Palhoça e São José, em Santa Catarina.

Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa atuava no transporte de drogas oriundas do Peru e da Bolívia, utilizando o Acre como rota de entrada para o Brasil, com destino final ao Estado de Santa Catarina. A investigação segue em curso e novos desdobramentos não estão descartados.