Ricardo Nunes é Reeleito em São Paulo com 59,57% dos Votos Derrotando Boulos
Neste domingo (27), Ricardo Nunes (MDB) foi reeleito prefeito de São Paulo, vencendo Guilherme Boulos (PSOL) com 59,57% dos votos, quando 90,11% das urnas já haviam sido apuradas. A vitória de Nunes, apoiado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), confirmou-se de acordo com as pesquisas, que projetavam uma vantagem consolidada.
Apesar de Boulos ter apresentado crescimento nas pesquisas na reta final, a vitória de Nunes já era esperada. A última pesquisa Datafolha, divulgada no sábado (26), mostrava o emedebista com 57% das intenções de voto, contra 43% de Boulos.
A participação de Bolsonaro na campanha de Nunes foi limitada, aparecendo apenas em duas ocasiões: na convenção de candidatura em 3 de agosto e, posteriormente, para um almoço e culto na última semana de campanha. A cautela visava evitar a rejeição de eleitores moderados, uma vez que Bolsonaro perdeu na capital paulista em 2022. Ainda assim, o ex-presidente deve influenciar o novo mandato, com a indicação de nomes para o secretariado, além de ter indicado o coronel da PM Ricardo Mello Araújo como vice na chapa de Nunes.
A disputa refletiu a polarização nacional entre esquerda e direita, com Lula apoiando Boulos e comparecendo a eventos estratégicos na cidade, como um comício no Campo Limpo e uma caminhada na Avenida Paulista.
Polêmicas e Acusações na Reta Final
Na tarde da eleição, uma nova polêmica emergiu quando Tarcísio de Freitas afirmou, sem apresentar provas, que a facção criminosa PCC teria orientado votos em favor de Boulos. As declarações do governador ocorreram no local onde ele votou, o Colégio Miguel de Cervantes, na zona sul de São Paulo. Segundo Tarcísio, conversas interceptadas sugeriam que "determinadas pessoas" estariam sendo orientadas a apoiar "determinados candidatos".
Boulos reagiu duramente, classificando a acusação como "irresponsável e mentirosa" e denunciando uma tentativa de manipulação do eleitorado. Em coletiva de imprensa em frente à sua casa no Campo Limpo, o candidato do PSOL condenou a tática de "colocar medo nas pessoas" e criticou a postura de Tarcísio e Nunes, comparando o episódio ao "laudo falso" que circulou no primeiro turno, associando-o ao uso de drogas.
A disputa acirrada e as acusações evidenciaram a divisão política em São Paulo, refletindo o cenário polarizado que permeia o país.
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