Milhares de indígenas marcham em Brasília cobrando respeito aos direitos dos povos originários
Milhares de indígenas e apoiadores participaram, na manhã desta terça-feira (23), de uma marcante caminhada pela área central de Brasília. A marcha integra a programação do Acampamento Terra Indígena (ATL), um evento anual que reúne representantes de diversas etnias na capital federal e que teve início oficialmente na segunda-feira (22).
Neste ano, o ATL celebra sua 20ª edição e, segundo dirigentes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a expectativa é reunir cerca de oito mil representantes de mais de 200 etnias, além de integrantes de organizações de diversas partes do mundo.
Portando faixas e cartazes, os participantes partiram do acampamento montado no Eixo Monumental, próximo ao Centro Ibero-Americano de Culturas, por volta das 9 horas da manhã. O objetivo da marcha era claro: demandar que o Estado brasileiro conclua os processos de demarcação dos territórios tradicionais indígenas e assegure os direitos constitucionais dos povos originários, incluindo o acesso à saúde e à educação de qualidade, entre outras reivindicações.
Após percorrerem cerca de quatro quilômetros sob o intenso sol de Brasília, os manifestantes chegaram ao Congresso Nacional, acompanhados por um carro de som que amplificava suas vozes e reivindicações. O grupo ocupou o gramado central do Eixo Monumental, onde se espalharam para acompanhar a transmissão de uma cerimônia realizada pela Câmara dos Deputados em homenagem aos 20 anos do Acampamento Terra Livre.
Durante a marcha, muitos dos participantes exibiram pinturas corporais e utilizaram adereços tradicionais de suas culturas. No entanto, por acordo com as autoridades de segurança pública do Distrito Federal, foram orientados a não portarem lanças, bordunas e arcos e flechas durante o protesto.
"Esta é uma marcha de luta, de resistência, para reivindicarmos ao governo brasileiro, ao Estado, aos Três Poderes [Executivo, Legislativo e Judiciário], que avance em nossos direitos. Principalmente em relação à demarcação das terras indígenas", declarou Kleber Karipuna, um dos coordenadores-executivos da Apib, durante a caminhada.
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