Maior tempestade geomagnética da Era Espacial está prestes a ocorrer, podendo gerar explosões massivas, e afetar serviços de telecomunicações
Nesta quarta-feira (13), os olhares da comunidade científica voltaram-se para o espetáculo cósmico no Sol, onde duas proeminências simultâneas nos polos solares têm protagonizado uma fascinante "batalha de dança". O satélite GOES-18, da NASA, captou imagens impressionantes desses "cordões" de plasma solar, revelando a intensa atividade magnética que marca o ciclo solar atual.
O Sol segue seu ciclo de 11 anos de atividade solar, atualmente no Ciclo Solar 25, monitorado de perto pelos astrônomos. Durante seu ápice, manchas solares e erupções magnéticas são mais frequentes, podendo gerar explosões massivas, conhecidas como ejeções de massa coronal (CME), que liberam partículas carregadas em direção à Terra.
Quando essas partículas atingem a atmosfera terrestre, podem desencadear tempestades geomagnéticas, com impactos que variam de auroras visíveis em latitudes mais baixas até interrupções em sistemas elétricos e de comunicação.
Em meio a essa atividade solar, recordamos um evento marcante que completa 35 anos: a terrível tempestade geomagnética de março de 1989.
"o dia em que o Sol trouxe escuridão"
Naquele dia, a perturbação do campo magnético da Terra foi tão intensa que causou um apagão de quase dez horas na cidade de Quebec, no Canadá, ficando eternizado como
"Foi a maior tempestade geomagnética da Era Espacial", destacou David Boteler, chefe do Grupo de Clima Espacial dos Recursos Naturais do Canadá. Essa perturbação se tornou um marco para entender como a atividade solar pode afetar infraestruturas elétricas.
A tempestade de março de 1989 não foi um evento isolado. Mais de um século antes, em setembro de 1859, uma CME semelhante, conhecida como "Evento Carrington", atingiu a Terra, provocando uma tempestade duas vezes mais forte.
Naquela época, correntes elétricas surpreenderam as linhas telegráficas da era vitoriana, causando faíscas e incêndios.
No caso de Quebec, as correntes de tempestade encontraram um caminho nas linhas de transmissão de alta tensão da empresa fornecedora de energia, levando ao apagão histórico. Auroras brilhantes foram observadas até em latitudes mais baixas, como sul da Flórida, Texas e Cuba, intrigando espectadores e levantando especulações sobre eventos paranormais ou ligados a lançamentos de ônibus espaciais.
Apesar da importância desses eventos, pouco se sabe sobre a tempestade de 1989, que ocorreu antes da era dos satélites modernos de monitoramento solar. A região ativa responsável pelas CMEs, AR5395, foi uma das mais energéticas já observadas, produzindo múltiplas explosões solares de classe M e X.
À medida que o ciclo solar continua, é crucial monitorar de perto a atividade do Sol para prevenir e mitigar os impactos das tempestades geomagnéticas, garantindo a segurança de nossas infraestruturas e tecnologias vulneráveis às explosões solares.
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