Hiperaldosteronismo “O Inimigo Silencioso da Hipertensão Arterial”
Atualizado: 15 de out.
SBEM
Uma associação mais frequente do que se imaginava está revelando novos caminhos para o tratamento de hipertensão arterial, estudos recentes destacam que o hiperaldosteronismo, uma condição marcada pela produção excessiva de aldosterona, é mais comum entre os hipertensos do que anteriormente se pensava.
O hiperaldosteronismo é caracterizado pela secreção inapropriada de aldosterona, levando à supressão ou elevação da renina plasmática, esse hormônio contribui significativamente para condições como hipertrofia ventricular esquerda, doença renal crônica e disfunção endotelial, todos preditores importantes de risco cardiovascular.
Pacientes com hiperaldosteronismo têm uma incidência significativamente maior de acidentes vasculares cerebrais, infartos do miocárdio e fibrilação atrial em comparação com aqueles com hiperteção Arterial sistemica primária.
O reconhecimento inicial do hiperaldosteronismo aconteceu em 1955, quando o Dr. Jerome Conn identificou a condição em uma paciente de 34 anos que apresentava hipertensão, baixos níveis de potássio e alcalose metabólica, desde então, a percepção de que hiperaldosteronismo era uma causa rara de hipertensão foi desafiada.
Estudos mais recentes apontam para uma prevalência muito maior de hiperaldosteronismo, especialmente entre pacientes com hipertensão resistente, pesquisas realizadas em diversas partes do mundo, como Austrália, Oslo e Seattle, confirmaram uma alta prevalência de hiperaldosteronismo entre hipertensos resistentes, estos estudos indicam que até 23% dos pacientes com hipertensão resistente podem ter hiperaldosteronismo.
A relação entre a gravidade da hipertensão e a prevalência de hiperaldosteronismo é direta, quanto mais elevada a pressão arterial, maior a probabilidade de hiperaldosteronismo.
O diagnóstico do hiperaldosteronismo é crucial, pois alguns pacientes podem ser curados com a remoção cirúrgica da glândula adrenal afetada, para aqueles que não são candidatos à cirurgia, medicamentos como a espironolactona podem ajudar a controlar a pressão arterial e normalizar os níveis de potássio.
Dada sua alta prevalência e as graves complicações associadas, o rastreamento de bhiperaldosteronismo deve ser considerado em todos os pacientes hipertensos, especialmente aqueles com hipertensão resistente ou níveis anormais de potássio.
Normalmente, os resultados do teste de renina são comparados aos do teste de aldosterona podem mostrar:
Níveis de renina inferiores ao normal ou níveis de aldosterona inferiores ao normal pode significar que tem a síndrome de Cushing, na qual o organismo produz uma quantidade excessiva de uma hormona chamada cortisol.
Níveis de renina inferiores ao normal ou níveis de aldosterona superiores ao normal pode significar que você tem aldosteronismo primário.
Níveis de renina superiores ao normal ou níveis de aldosterona inferiores ao normal pode significar que você tem a doença de Addison.
Níveis de renina superiores ao normal ou níveis de aldosterona superiores ao normal pode significar que tem aldosteronismo secundário, um distúrbio no qual uma condição noutro local do corpo faz com que as glândulas supra-renais produzam demasiada aldosterona, essas condições incluem doenças cardíacas, hepáticas ou renais.
A detecção precoce e o tratamento adequado podem prevenir complicações severas e melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes, esta nova abordagem ao tratamento da hipertensão pode transformar o manejo da doença, destacando a importância de se considerar o hiperaldosteronismo como uma possível causa subjacente.
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