Governo Federal firma acordo com mineradoras para reforçar segurança em municípios de extração de ouro
Brasília testemunhou nesta sexta-feira (5) a assinatura de um acordo histórico entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O objetivo é estabelecer uma parceria técnica para criar um plano de segurança em municípios onde a extração de ouro é uma atividade intensa.
O plano visa principalmente prevenir assaltos a cargas de ouro perpetrados por quadrilhas extremamente organizadas e armadas, conhecidas como “novo cangaço”. Além disso, busca-se preparar a população local para enfrentar possíveis ataques.
Inicialmente, estão previstos cerca de 10 municípios para receberem o programa de segurança, selecionados entre mais de 50 cidades onde a extração de ouro é significativa.
O ministro interino da Justiça, Ricardo Cappelli, enfatizou a importância do acordo para garantir a segurança no setor mineral do país, protegendo os investimentos e fortalecendo a economia brasileira.
"Este setor representa uma parte substancial da balança comercial do Brasil e tem uma importância estratégica para a economia do país. Ao estabelecermos essas parcerias, estamos auxiliando no desenvolvimento, pois a segurança é parte essencial desse processo", ressaltou Cappelli.
Segundo dados do Ibram, entre 2010 e 2019, foram registrados 11 ataques a cargas de ouro no Brasil. O vice-presidente do Ibram, Fernando Azevedo e Silva, afirmou que a iniciativa buscou o ministério por reconhecer a necessidade de medidas do governo federal para combater a ação das quadrilhas.
"A criminalidade violenta tem impactado as operações de empresas de mineração de ouro e de peças preciosas no país. Identificamos que a atração pelo ouro produzido em municípios do interior, muitas vezes carentes de recursos estatais para garantir a ordem pública, foi um fator preponderante para tais atos criminosos", destacou Fernando, ex-ministro da Defesa no governo Bolsonaro.
O acordo firmado com as mineradoras faz parte do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas, conforme justificou o diretor de Operações de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Romano Costa.
"Será desenvolvido um planejamento integrado com as forças de segurança pública e as empresas nessas cidades, a fim de planejar, realizar simulações e prevenir possíveis ataques das organizações criminosas, no formato conhecido como 'novo cangaço'", explicou Costa.
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