Governo de Lula encerra primeiro ano com pendências em projetos-chave prometidos
No término do primeiro ano de seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe ministerial enfrentam dificuldades para concretizar projetos de destaque, frustrando expectativas em diversas áreas.
O programa "Voa Brasil", anunciado em março pelo então ministro Márcio França, visava a redução dos custos das passagens aéreas, prometendo bilhetes a R$ 200 para grupos específicos. No entanto, após mudanças ministeriais e realocações na pasta de Portos e Aeroportos, o atual ministro, Silvio Costa Filho, adiou o lançamento do programa para 2024, apresentando como alternativa tarifas por volta de R$ 799 e aumento no número de assentos disponíveis.
Outro ponto crucial, a regulamentação do trabalho por aplicativo, enfrentou impasses ao longo do ano. O grupo criado para negociar direitos entre motoristas e entregadores e as plataformas não alcançou consenso, especialmente no que diz respeito à definição de valores-base para remuneração. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, indicou avanços em tratativas com aplicativos de transporte de pessoas, mas divergências persistem com os de entrega, levando o governo a considerar intervenções para garantir direitos mínimos aos trabalhadores.
Um compromisso enfatizado por Lula em seu discurso de posse, a "vergonhosa fila do INSS", permaneceu um desafio. Apesar da criação do Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social, em julho, a espera por análise de benefícios ainda atingia mais de 1,5 milhão de pessoas em setembro, apontando para dificuldades de gestão e recursos insuficientes.
Por outro lado, o governo celebrou avanços em promessas cumpridas, como a implementação do novo Bolsa Família, aumento real do salário mínimo, retomada do programa Minha Casa, Minha Vida e iniciativas de investimento, como o novo PAC e o programa Desenrola para renegociação de dívidas.
Enquanto o governo destaca sucessos alcançados, a dificuldade em concretizar compromissos emblemáticos levanta questionamentos sobre a capacidade de execução de algumas das principais propostas apresentadas no início do mandato de Lula.
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