🚫🚨 Facções expulsam provedores e impõem domínio sobre a internet em comunidades
- Redação Renalice Silva - Geral
- há 2 dias
- 2 min de leitura
Crime organizado transforma fornecimento de internet em negócio milionário, usando violência para controlar redes clandestinas em várias regiões do país
Facções criminosas estão ampliando seu poder de forma silenciosa, mas extremamente lucrativa: dominando o fornecimento clandestino de internet em comunidades pelo Brasil.

Em bairros do Rio de Janeiro, Ceará e Pará, provedores legais são ameaçados, extorquidos e obrigados a abandonar suas operações — sob o risco de ataques violentos, como incêndios e até mortes.
Só no Rio, mais de 120 investigações foram abertas nos últimos meses para apurar denúncias de grupos que instalaram redes ilegais e impuseram o "pedágio do sinal", cobrando para liberar ou bloquear empresas autorizadas. Um dos principais alvos é o Terceiro Comando Puro (TCP), chefiado por Álvaro "Peixão", o traficante mais procurado do estado.
"Internet virou a nova boca de fumo", resume o delegado Pedro Brasil.
Em áudios obtidos pela polícia, criminosos ameaçam técnicos com frases como:
“Quem manda aqui é o Peixão. Vou te matar se não sair daqui.”
As ameaças se espalham também por mensagens enviadas diretamente aos moradores, impondo ordens do tráfico e exigindo exclusividade no fornecimento do sinal.
Violência e controle digital
No Pará, o Comando Vermelho incendiou veículos de empresas que se recusaram a deixar áreas dominadas. No Ceará, pelo menos 15 provedores já fecharam as portas após uma onda de 13 ataques violentos que deixou quase 16 mil pessoas sem internet. Lojas foram destruídas, técnicos expulsos, e o medo tomou conta das regiões afetadas.
A Associação Brasileira de Provedores de Internet (Abrint) alerta para um novo risco:
“Estamos falando de segurança nacional. As facções estão tomando conta da rede que conecta o país”, diz o presidente Mauricélio Oliveira.
Além da violência, o domínio clandestino representa um risco à segurança digital: com acesso a dados e redes não fiscalizadas, criminosos podem espionar comunicações, aplicar golpes, distribuir vírus e lavar dinheiro com mais facilidade.
Resposta das autoridades
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) afirmou estar colaborando com as polícias e já iniciou o mapeamento das redes clandestinas. No Ceará, 48 pessoas já foram presas suspeitas de envolvimento nos ataques.
Com mais de 20 mil pequenos provedores atuando no país e R$ 18 bilhões investidos nos últimos dois anos, o setor teme que a expansão do crime digital represente um colapso na infraestrutura livre e segura de conexão.
"Se o Estado não agir rápido, o Brasil todo pode ficar refém do sinal do crime", alerta a Abrint.
Com Informações: Fantástico
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