Casal de influencers do 'Jogo do Tigre' estão envolvidos no tráfico, venda de armas e até homicídios
O casal de influenciadores do 'Jogo do Tigrinho', Skarlete Melo e Erick Costa, foi detido na última sexta-feira (15) sob acusações que vão além da contravenção inicialmente investigada pela Polícia Civil do Maranhão. Segundo as autoridades, além de envolvimento em lavagem de dinheiro e atividades ilegais relacionadas ao jogo Fortune Tiger (ou Jogo do Tigre), a dupla é suspeita de conexão com o tráfico de drogas, comércio de armas para facções criminosas e até mesmo homicídios.
O delegado-geral da Polícia Civil do MA, Jair Paiva, declarou em entrevista ao JM1: "A operação começou investigando contravenção, jogos de azar, associação criminosa e lavagem de dinheiro. No entanto, a investigação avançou e agora temos evidências de que membros desse grupo, liderado pela influenciadora, estão ligados ao tráfico de entorpecentes e ao comércio de armas. Isso ocorre por meio de uma facção atuante no estado do Maranhão, principalmente em São Luís, que teria vínculos com os associados da influenciadora." Paiva também mencionou a possível ligação do grupo com casos de homicídios, porém, sem fornecer detalhes específicos.
Erick Costa, de 23 anos, possui um histórico criminal, incluindo registros por porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas nos últimos anos. Há também acusações contra ele por um assalto à mão armada e um homicídio ocorrido em janeiro de 2020 no Bairro de Fátima, no qual supostamente foi o autor. Embora tenha sido condenado a seis anos de prisão, Costa estava em liberdade enquanto recorria da sentença. O casal foi detido em um hotel de luxo em Fortaleza, momentos antes de realizar uma festa para o lançamento de uma nova plataforma de jogos de azar.
Enquanto Erick permanece sob custódia em uma prisão no Ceará, Skarlete foi liberada com o uso de tornozeleira eletrônica devido à comprovação de que é mãe de dois filhos menores de 12 anos, ficando sob monitoramento em casa.
Além do casal, outras prisões foram feitas em São Luís, incluindo Robson Bruno Pereira de Oliveira e Aretiano da Silva, supostamente parte do grupo criminoso liderado por Skarlete e Erick. Aretiano foi identificado como alguém que se passava por policial e perito, usando distintivos da polícia, e tinha acesso ilegal a bancos de dados públicos para localizar membros de grupos rivais envolvidos em homicídios no Maranhão.
A investigação também revelou possíveis conexões entre os presos, demonstradas por mensagens de texto e áudio, sugerindo uma estreita relação entre eles. De acordo com o delegado Guilherme Campelo, "Skarlete e seu parceiro, pelo que encontramos até agora nas investigações, têm uma ligação direta com outros indivíduos que estão sendo alvo neste momento. Conversas, áudios e outras provas indicam que eles não apenas se conhecem, mas também convivem e têm uma forte união para a prática de crimes."
A Polícia Civil planeja cumprir mais dois mandados de prisão, acreditando que mesmo que Skarlete não resida mais no Maranhão, os crimes podem ser considerados locais, pois grande parte de seus seguidores, influenciados por ela, ainda vive no estado.
A operação, iniciada em setembro pela Polícia Civil do Maranhão contra a divulgação do jogo de azar Fortune Tiger e atividades criminosas associadas, denominada "Quebrando a Banca", liderada pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), resultou na detenção do casal de influenciadores e outros suspeitos envolvidos.
O Jogo do Tigre, um cassino online do tipo caça-níquel, prometia ganhos em dinheiro, mas, como a maioria dos jogos de azar, tendia a levar as pessoas a perderem dinheiro na plataforma, sendo considerado ilegal no Brasil. O sistema do Fortune Tiger é hospedado fora do país e não tem registro ou representação legal no Brasil.
Paralelamente, o Congresso Nacional discute a regulamentação das apostas esportivas, aprovando um projeto que tributa este mercado, excluindo, no entanto, os jogos cujo resultado é desconhecido no momento da aposta. Isso levou os jogos de azar a serem removidos do texto.
Este projeto, após as alterações no Senado, retornará à Câmara dos Deputados para uma nova rodada de votações.
Esse texto foi reestruturado para fornecer uma visão mais clara e organizada dos eventos e acusações relacionadas ao caso do casal de influenciadores.
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